Buenas, caríssimos leitores deste espaço de vida breve.
A partir de agora meus textos sobre o nosso Figueira Maior Alvinegro do Mundo não mais serão postados aqui.
Quem quiser me acompanhar poderá fazê-lo em dois diferentes espaços:
Postagens diárias, sempre as 10:00 no site: www.meufigueira.com.br;
E postagens pré e pós-jogo no portal: www.todoesportesc.wordpress.com
No mais, obrigado pela audiência e nos vemos nos outros endereços!
Saudações Alvinegras, Don Mattos.
quarta-feira, 10 de abril de 2013
segunda-feira, 18 de março de 2013
Bom, bom, bom não tá. Mas tá bom.
As bailarinas ficaram todas
serelepes após a partida de ontem. Jogando dentro de casa como se estivessem
fora, estouraram garrafas de Cidra Cereser sabor maçã no camarim do Balé Bolshoi,
para comemorar o ponto conquistado contra o Maior de Santa Catarina.
Joguinho tacanho, onde após um
sustinho no começo, uma ameaça por parte delas e um gol achado meio que sem
querer, o Furacão ajeitou a casa e
dominou o restante da partida.
No primeiro tempo, após o gol
delas, ocupamos os espaços e detivemos o domínio territorial da partida.
No segundo tempo, com um pouco
mais de ousadia ao colocar em campo um 4-4-3 mais agressivo, não deixamos as
bailarinas verem a cor da bola. Mesmo sem apresentar um futebol a altura da
nossa bela camisa, tivemos um domínio absoluto do jogo premiado com o gol de
empate no último quarto do cronômetro. O empate considerado justo por elas, nos
desceu com o gosto amargo, uma vez que os 3 pontos estiveram sempre ali se
exibindo para nós, louquinhos para deixarem a terra da chuva e voltarem na
bagagem alvinegra para a cidade mais bonita do Brasil.
Apesar do domínio relatado acima,
os meninos do Adilsão ainda não apresentaram o futebol que a maior torcida de
Santa Catarina quer assistir, mas tá melhorando, importante que se diga. Botti –
aquele que voltou sem ter ido – não faz
jus a nossa sagrada camisa número 10, por conseguinte, a criação do meio campo
alvinegro tem deixado nossos atacantes penarem na míngua. Botti vem se confirmando com uma das piores relações custo-benefício da
história do FIGUEIRENSE. Contratado para substituir o saudoso Maicon, que hoje possui cadeira cativa
no banco de reservas dos Bambis, tem jogado muito pouco – tanto em quantidade
quanto em qualidade – e prova em cada um dos poucos minutos que joga, que qualquer
um dos três atletas cruelmente defenestrados da Avenida Santa Catarina (FernanDEZ, Wilson e Túlio), seriam de
muito mais valia para nosso atual elenco do que ele.
Contudo, entretanto, porém e
todavia, voltar com um pontinho do norte do estado não é de todo ruim,
principalmente se considerarmos o balaio de desfalques que obrigaram o Adilsão
velho de guerra a reconfigurar toda a nossa meiúca. Dada nossa confortável
situação na tabela, o mais importante é pontuar sempre, e isso temos feito com
muita eficiência.
Vale ressaltar que, além do
ponto, trouxemos na bagagem também a cabeça de Artur Neto, decepada após a
evidente impossibilidade de encarar o Maior
de Santa Catarina.
O início deste returno tem se
mostrado bastante parecido com o primeiro, uma vitória e um empate, com a
diferença que, em ambos os jogos da volta, jogamos bem melhor do que nos jogos
da ida, o que evidencia nossa evolução tática e técnica. Mantendo a toada, na próxima partida serão mais 3 pontos na arrecadação alvinegra.
Agora é dar uma paradinha na
Palhoça para a boleirada pegar cuecas limpas, tomar um cafezinho, uma coxinha
com Pureza e, em seguida, tocar para o Velho Oeste catarinense para, assim como
fizeram os Jesuítas ao chegarem no Brasil, catequisarmos a Indiarada em homenagem
ao novo Papa.
Saudações Alvinegras!
sábado, 16 de março de 2013
Hora de aproveitar a crise nos camarins do Balé Bolshói!
Neste domingo teremos a
oportunidade de praticamente selarmos nossa participação no quadrangular final
do Campeonato Varzearinense. Nossa disputa está razoavelmente equilibrada e
nivelada por baixo, muita gente com chance mas, nesse bolo todo, estamos com
uma boa pontuação acumulada e, mesmo que amanhã não saiamos da terra da chuva
com os três pontos, não deveremos ter maiores dificuldades para nos garantirmos
no mata-mata decisivo.
A turma do Balé Bolshói está na
TPM, um ensaio de crise ronda o camarim das bailarinas e o cenário pode nos ser
favorável. Contudo, fácil não deve ser. Cada vez que calçam suas sapatilhas
neste campeonato, enchem a torcida de incertezas, é sem dúvidas o time que mais
oscila entre partidas espetaculares, e fiascos que imploram pela chacota
adversária.
Adilsão deve colocar em campo um
FIGUEIRENSE diferente do que vimos até aqui, com mudanças tanto por necessidade
quanto por opção. Algumas suspensões, alguns jogadores tratando os seus pisados
no pronto socorro da Palhoça, e a possibilidade da estreia de André Rocha são a
tônica da formatação do esquadrão alvinegro para este embate. Se for confirmada
a nova carcaça a vestir nossa camisa número 2, o dedicado Maylson pode
finalmente voltar a exercer a função para a qual foi contratado: fazer a bola
rolar no meio de campo.
Se voltarmos de lá molhados da
chuva mas com os três pontos de carona no ônibus da volta, côzalinda. Caso as
bailarinas caprichem nas suas piruetas e firulas acrobáticas ao vestirem o collant
tricolor e nos vençam, não é motivo para desespero. Perder neste domingo também
terá um aspecto positivo, que é meter um pouco mais de desespero na turma da
paquita. Ou seja, o resultado que vier, vem bem.
O negócio é manter o ritmo da
evolução homeopática na bola jogada, continuar pontuando com consistência e tentar
aproveitar o momento conturbado no camarim das bailarinas para garantirmos o
quanto antes nosso merecido lugar no mata-mata.
Saudações Alvinegras!
domingo, 10 de março de 2013
Pré-jogo: MAIOR DE SC X Bugre da Pinheira
Agora vamos falar sério, chega de
conversa fiada!
Começa hoje o segundo turno para
o Maior de Santa Catarina, não existe mais espaço para "time em formação",
"melhora de preparo físico", "estamos evoluindo" e demais desculpas ensaiadas de
fim de jogo, já existe um time na ilha de Santa Catarina fazendo - e muito bem - este papel,
ocupemos, pois o que nos cabe: o de protagonista. Agora é jogar pra valer e
mostrar por que somos o time catarinense com o maior número de participações na
série A.
Apesar de termos duas prováveis
estreias – Ricardinho e André Rocha - , não dá mais para esperar entrosamento,
este já devia haver há tempos. Minha esperança é que com a entrada de
Ricardinho, ele passe a fazer o papel que antes o Toscano estava fazendo, de
correr para dar o primeiro combate na subida dos laterais, e tenhamos nosso
centro-avante posicionado na frente da área, a espera da bola certa para
concluir em gol.
André Rocha não joga uma partida oficial
desde maio do ano passado, mas duvido que faça pior do que o Peter. Vai pro
jogo, meu querido, vai lá e vê se dá jeito na nossa camisa 2, desde a partida
de Bruno que ninguém se entende com ela.
Ainda não é Páscoa, mas além dos
ovos de chocolate que já habitam os corredores dos supermercados, talvez
presenciamos o milagre da ressurreição do Botti, mas diferente daquele outro
que ressuscitou após o terceiro dia, nosso meio-campo que há mais de um ano não
justifica o salário que ganha, ressuscitará após o terceiro mês. Se for pro
jogo, rezo para que ele tenha vindo do mundo dos mortos cheinho de inspiração,
mais brilhante do que os mais brilhantes anos de FernanDEZ, e dê um jeito no
nosso moribundo setor de criação.
O discurso do Adilsão tem vindo
de encontro com o que espera a torcida: mudança de atitude. Como já disse em
outros posts, tá mais do que na hora de acrescermos bom futebol aos pontos
acumulados até aqui, até por que, um não se sustenta sem o outro.
Vamos enfrentar um bugre da Pinheira
ainda meio zonzo pela patrolada que levaram das bailarinas, e moralmente, seria
bom que aplicássemos também uma vitória com autoridade, até por que o jogo
seguinte é justamente contra as meninas do Bolshoi lá no camarim delas. Mas
quando digo “seria bom”, não estou afirmando que faremos tal goleada. O Bugre
da Pinheira está no desespero, tanto quanto podem entrar em campo abalados pelo
atropelamento, podem entrar cheios de discurso motivacional nas veias, algo do
tipo “joguem pela família de vocês, honrem os seus filhos, blá-blá-blá”, e
tentem mostrar contra o Furacão do Estreito a famosa melhora da morte.
O FIGUEIRENSE deverá entrar em
campo num experimental 4-4-3, enquanto o Bugre da Pinheira deverá vir no
tradicional esquema tático: VAMO-LÁ-PORRA!
Sou mais o nosso.
Sem mais delongas, dia do índio é
só em abril, e a instabilidade do tempo em Santa Catarina se mostra totalmente
favorável para a passagem de um arrasador Furacão.
Saudações Alvinegras!
(PS: Mauro Ovelha, um beijo pra ti, ixtimado!)
sábado, 9 de março de 2013
segunda-feira, 4 de março de 2013
Apita o árbitro, fim do primeiro tempo!
Não pude comparecer ao Scarpelli
no jogo do último sábado, o fatídico empate contra o time da WEG.
Contudo, encerrado o primeiro
turno algumas análises já são possíveis.
Nosso time pontuou muito bem, mas
jogou muito mal.
Precisamos de uma revolução no
futebol praticado até aqui, ou estaremos fadados a uma participação coadjuvante
nas semifinais. Pela pontuação adquirida, estamos totalmente credenciados a uma
das três vagas restantes, será difícil não estarmos lá, mas se continuarmos com
a mesma bolinha murcha, chegar as finais será pouco provável.
Adilson Batista prometeu no
início do ano, que o time estaria jogando bem entre a quinta e sexta rodada.
Não cumpriu a promessa. Sim, nosso time já está meio definido, já sabemos
razoavelmente bem quem são os preferidos do Adilsão, mas eles não têm feito jus
à bela camisa que vestem. Entendo, não é tarefa simples dividir os coletes de
titulares num time totalmente novo, sem uma base da temporada anterior, e
esperar que este amontoado de boleiros já apresente alguma coisa parecida com
bom futebol de imediato.
Contudo, algumas coisas já se
desenham. Nossa zaga está definida, e não é ruim. Sim, pecou em alguns
momentos, mas nada que desabone a média geral das atuações de Douglas Silva e
Thiego.
Nossos volantes não convencem. A
exceção de Tinga, todos os outros testados deixaram muito a desejar. A torcida
é quase unânime na opinião de que, no atual elenco, o jovem Jackson teria
espaço garantido na equipe titular, mas Adilsão não compartilha da nossa
opinião, logo, nem no banco o menino tem aparecido. Diante das opções que nosso
treinador tem nas mãos, fica mais do que evidente o quão bem cairiam nesse time
Túlio e Fernandes. O primeiro daria a serenidade que nossa zaga precisa e muita
qualidade na saída de bola, o segundo seria o armador que hoje não temos. Muito
se reclama do Toscano – que foi bem na última partida – mas poucos levam em
consideração que o rapaz quase não recebe bolas, que precisa voltar para buscar
a jogada, marcar a subida do lateral adversário ao invés de estar posicionado
no ataque, para receber as bolas que deveriam vir do camisa 10 que hoje não
temos. Tivéssemos apenas estes dois no nosso elenco, Túlio e Fernandes, com
certeza o futebol já seria bem melhor do que este apresentando até agora.
Nossas laterais não funcionam por
falta de peças. Hélder é um pereba de pai e mãe, e comprova este status a cada
nova temporada disputada com a camisa mais bela do mundo. Não temos lateral
direita, Maylson vai quebrando um galho, mas não é o cara certo para aquela
posição. Vamos ver se André Rocha vai resolver o problema, mas acho pouco
provável que um cara parado há quase um ano, chegue e se torne a solução da
noite para o dia. O rapaz vai precisar de tempo para readquirir ritmo de jogo.
Nosso ataque é refém das preferências
táticas do Adilsão. Héber não é ruim, mas parece que já se machucou de novo.
Toscano sabe fazer gol, mas na maior parte dos jogos tem sacrificado a função
do seu ofício – fazer gols – em prol da aplicação tática que o nosso treineiro
tanto valoriza na boleirada que comanda. Diz que Ricardinho vem para “bagunçar
esquema tático adversário”, vamos ver no que vai dar. Quem sabe, com ele em
campo, o Toscano não possa ficar mais dedicado aos gols que a torcida quer
vê-lo marcar, do que aos laterais que o Adilson pede que ele marque.
Agora é jogar sério, o segundo
turno já está aí e com um cenário que pode nos ser muito favorável.
A galera do supermercado e a
turma da paquita, cada um mergulhado numa crise interna e num futebol sofrível,
terão que se desdobrar para almejarem alguma coisa diferente no varzearinense.
O que recai sobre eles não é apenas a responsabilidade do protagonismo que
deles se espera no nosso campeonato, mas o fato de um estar na série A, e outro
ter feito as contratações mais caras e badaladas entre as dez equipes que
disputam o caneco. Para dificultar estes dois, o time da Oktober vem mostrando
um futebol pequeninho, mas firme e consistente, aposto que estará entre os
quatro semifinalistas. As bailarinas oscilam entre o espetáculo e a tragédia.
Num dia fazem o melhor jogo do campeonato e garantem a vitória numa virada
sensacional, no outro perdem para o time da WEG para, em seguida, aplicar a
maior goleada do campeonato até aqui sobre o indefeso Bugre da Pinheira.
Ou seja, no meio dessa briga de
foice no escuro, temos que continuar quietinhos, na nossa, conquistando os
pontinhos necessários que nos assegurarão nas semifinais, ir melhorando o time,
tentando fazer com que os meninos do Adilsão consigam acertar passes de dois
metros de distância e, enquanto isso, deixar que o resto do povo se esfaqueie
na busca pelos pontos que acumulamos nesta primeira etapa do varzearinense.
Meu palpite para as semifinais?
Chapecoense
Joinville (campeão do returno)
Figueirense
Metropolitano
E, digo mais, apesar de não
levarmos nenhum dos turnos, ficaremos em primeiro lugar pela pontuação geral,
garantindo a decisão no Scarpellão.
Saudações Alvinegras.
sexta-feira, 1 de março de 2013
Luto Mané, se foi o Chico Peixeiro
Há momentos que tornam até uma
rivalidade quase centenária insignificante.
Rivalidade não pode nunca tornar-se sinônimo de inimizade. Meu irmão e melhor amigo é avaiano, assim como, tenho certeza, todos os alvinegros têm nas suas relações parentes, amigos, esposas, vizinhos enfim, algum avaiano com quem convive diariamente e gosta muito.
Rivalidade não pode nunca tornar-se sinônimo de inimizade. Meu irmão e melhor amigo é avaiano, assim como, tenho certeza, todos os alvinegros têm nas suas relações parentes, amigos, esposas, vizinhos enfim, algum avaiano com quem convive diariamente e gosta muito.
Morreu o Chico Peixeiro, torcedor
símbolo do Avaí mas, mais do que isso, uma figura folclórica desta ilha onde,
hoje em dia, os nativos são quase minoria.
Não foi a torcida do Avaí que
perdeu, foi a ilha, foi Nossa Senhora do Desterro, fomos todos nós, manezinhos.
Fica a sua peixaria, seus filhos
e a saudade de um tempo que ele representava para todo mundo que tem orgulho de
falar meio acelerado e com “s” chiado.
Aos filhos, meus sinceros
sentimentos e um forte abraço alvinegro.
Hoje, não o alvinegro do meu
Figueira, mas um alvinegro feito do branco da paz e o preto do luto de todos
nós, manézinhos.
Serve a saideira do turno aí, Adilsão!
Assim como finda o papado do
alemão, lá no Vaticano, finda neste fim de semana o turno do campeonato
varzearinense. O Maior de Santa Catarina entra em campo com a missão de dar
fim, também, à bobiça que anda enchendo de entusiasmo todos os dezoito
torcedores do time da WEG.
No lugar que nos pertence por
direito e tradição – a parte de cima da tabela – a coisa está bem definida. A
Indiarada já assegurou o caneco e ninguém tira das nossas mãos a posição que,
em âmbito nacional, dizem pertencer ao Vasco da Gama.
Mesmo assim, os meninos do
Adilsão devem entrar em campo conscientes de que tarrafear os 3 pontos em
disputa não é uma possibilidade, é obrigação. Jogaremos em casa contra um time
que está ajeitadinho e todo faceiro pelos dois êxitos recentes, mas tá na hora
de botar ordem na bagaça e mostrar que time grande não passa aperto contra time
pequeno. Não tem essa de empate heroico depois de sair perdendo de 3 para um
time do Aririú, isso é coisa de abobado da cabeça. Temos que entrar, fazer o
resultado e depois os rapazes estarão liberados para tocarem para o Idem Bar,
Sexy, Bokarra, ou seja lá onde for que gostem de pegar sereno. Mas isso é só depois, agora é
jogar sério.
Não precisamos de nenhum dos
turnos, mas de todos os pontos possíveis.
O varzearinense é tão legal que,
mesmo que não levemos nenhum dos turnos, caso a Indiarada dê uma arregada no segundo
turno, se continuarmos pontuando como pontuamos até agora podemos ficar em
primeiro lugar geral e, assim, garantir a decisão na Avenida Santa Catarina.
O time da WEG tá embalado, caso
faturem uma improvável vitória em cima do Furacão, ficarão a apenas um ponto de
distância da gente. Agora, ganhando os bem vestidos, chegamos aos 19 pontos e,
pela distância que abriremos dos demais, encaminhamos muito bem nossa vaga nas
semifinais pelo índice técnico.
Agora chega de papo, chega de
nhém-nhém-nhém, é vestir preto e branco e mostra na bola a imposição que estas
cores já impõem ao natural. Ô Adilsão serve a saideira, o time da WEG têm que tomar!
Desmarca lá com teus amiguinhos,
sábado o esquenta para a balada é no Scarpelli, e tenho dito.
Saudações Alvinegras!
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
Milagre não se serve com farinha
2007 foi uma coisa linda, a safra
foi tão violenta que o mar não parecia suficiente para tanta tainha. Se
duvidar, até em árvore deu tainha.
Era tainha ovada a menos de
R$5,00 o quilo, côzalinda de se ver.
Antes disso e de lá pra cá, em 33
anos de vida não me lembro de outro período com tanta bonança peixeira. Pelas
minhas consultas, aliás, antes disso só aconteceu quando o magrão cabeludo e de
barba saiu por aí mandando multiplicar peixe, pão e vinho. E isso também já faz
bastante tempo. Dizem que ele vai voltar e repetir os milagres, mas mesmo que o
faça, serão dois milagres em pouco mais de dois mil anos.
Ano passado levamos uma coça da
turma da paquita nas finais do catarinense. Sim, talvez você não goste de
admitir, mas levamos uma coça. Dois jogos em que aceitamos a imposição
adversária e não soubemos fazer valer o peso da nossa bela camisa.
Acontece que hoje, com metade do
campeonato varzearinense praticamente findada, a turma da paquita tem se
agarrado no evento do ano passado para querer crer que, novamente, conseguirão
sair das cinzas para levantar o caneco. Nos chamam de vigias e afins, tentando
convencer a si próprios de que aquele milagre improvável acontece com a
frequência cotidiana de um prato feito em posto de beira de estrada. Calma,
meninas, a coisa não é bem assim, milagres não são servidos com farinha.
O que aconteceu ano passado foi
fruto de alguma baderna interna que nunca soubemos exatamente o que sucedeu.
Não é possível que um time certinho – embora nenhum primor – tenha se deixado
abater do jeito que foram os dois clássicos finais. Deve ter dado alguma merda
grande entre Branco-time-diretoria, pois mesmo com as derrotas, uma campanha
como aquela seria suficiente para sustentar o técnico no brasileirão, coisa que
não ocorreu.
No jogo de despedida do Wilson e
do FernanDEZ, conversei com o Chico Lins e tentei sondá-lo a respeito, mas
nosso saudoso ex-gerente deu aquela desconversada, sempre muito educado e
respeitoso com o local e com aqueles com quem trabalhou, mas no fim das contas
foi evasivo.
O Figueirense não é um time que
amarela em decisões. Gostamos delas. Somos habituados a elas.
Sim, perdemos a final da Copa do
Brasil, mas não por amarelar. Perdemos por que jogamos contra um time que era
melhor do que o nosso. Já tínhamos conseguido a façanha de superar o Botafogo
nas semifinais, que era sem sombra de dúvidas o melhor time daquela competição.
Amarelada, amarelada clássica
mesmo, aconteceu na série B de 2004, quando o Fortaleza mostrou que vantagem
não vale nada, e que leão por leão, o do nordeste ruge muito mais alto.
Amarelada, amarelada clássica
mesmo, aconteceu no campeonato varzearinense de 2008, quando a turma da paquita
vencia a Chapecoense por 2 x 0 em plena Ressacola e, em menos de dez minutos,
tomaram uma virada de 3 x 2 com direito a gol de bicicleta de fora da área e
tudo.
Escrevo isso por que ontem fiquei
com dores no rosto de tanto gargalhar.
Uma onda de euforia tomou conta
da Tapera como se tivessem conquistado a Champions League. Tudo por quê? Por
que conseguiram empatar com o forte e tradicional Guarani da Palhoça.
E, na tentativa de mascarar o
fiasco que tem sido a campanha delas até então, mesmo com as principais
contratações do território barriga-verde, se agarram com unhas e dentes no
improvável que aconteceu ano passado.
Talvez estejam na esperança de que
Sérgio Soares seja defenestrado da Tapera e chamem de volta o Hemerson Maria. Se
fizerem isso, será um efeito placebo que não terá o mesmo impacto do ano
passado. Será algo parecido com o que fez a nossa torpe diretoria, ao trazer
Márcio Goiano para o lugar de Hélio dos Anjos no ano passado. Uma açãozinha
sem-vergonha com o intuito de acalmar a torcida, mas cujo resultado prático
esperado é apenas ver o tempo passar sem tanta corneta soando nos ouvidos.
Buscar um empate quando se está
perdendo por 3 x 0, é quase sempre motivo de comemoração. Quase, e quase não é
sempre.
Um dos jogos mais emocionantes
que assisti no Scarpelli, foi o heroico 3 x 3 que buscamos contra o Vasco no
campeonato brasileiro de 2007, depois de também estarmos perdendo por 3 x 0. No
final ainda teve tempo para uma bicicleta do Jean Carlos e um canudo do Peter
no travessão, que quase nos garantiu uma virada homérica. Mas, sabemos, aquilo é
como a safra da tainha daquele mesmo ano, não acontece todo dia.
E, convenhamos, há uma ligeira –
coisa pouca mesmo – diferença entre o Vasco da Gama e o Bugre da Pinheira.
Após duas derrotas consecutivas,
sendo uma no clássico e outra em casa, com um jogador a mais durante todo o
segundo tempo, o empate de ontem pode servir para duas coisas: encher a turma
da paquita de esperança que novos milagres ocorrerão, ou sentir pena da paquita
por estar tão isolada no meio daquela perebada mal vestida.
Mas eu sou malandro e quase experiente,
já tenho a idade do cara que saiu multiplicando peixes e tal, tenho consciência
de que o maior milagre que sou capaz de executar é fazer o salário durar tanto
quanto o mês, logo, sei que por mais que eu adore tainha, super-safra é
milagre, e milagre não acontece todo dia.
E, admito, vez ou outra sou meio
maldosinho, assim sendo, não, não tenho pena da paquita.
Eu si divirto, só isso.
Assinar:
Postagens (Atom)